Sou daquelas pessoas que não deita nada fora. Não sei se foi a minha mãezinha que me ensinou a fazer isto, com aquilo do "guarda o que não faz falta, acharás o que é preciso", mas o facto é que guardo praticamente tudo, especialmente se me faz lembrar algo bom, nem que seja um papelinho de rebuçado só porque foi do rebuçado que estava a comer quando recebi uma boa notícia.
Lembro-me que guardei durante anos o papel de embrulho da primeira prenda que recebi do meu primeiro namorado. A prenda nem sei o que lhe fiz, mas guardei o embrulho, faz sentido... Deitei-o fora há relativamente pouco tempo, quando reencontrei o rapaz e me apercebi que se tinha tornado num estúpido.
Tenho caixas e gavetas cheias de tralhas que só servem mesmo para memórias, tenho a pulseira free-pass da viagem que fiz à Republica Dominicana com o meu pai há muitos anos, tenho as fitas do Sr. do Bonfim que já se romperam sem cumprir nenhum desejo, tenho papelinhos com desenhos e piadolas escritos em tempos de escola, enfim...tenho muita coisa.
Na caixinha que trago na mala do arco, onde guardo os consumíveis das flechas, caixinha essa que já mudou muitas vezes ao longo de 15 anos de tiro, há um objecto desses que não serve para absolutamente nada, mas que não consigo deitar fora nem tão pouco guardar numa gaveta.
Este caracol foi-me dado em tempos de treinos de júniores, numa altura em que todos os momentos eram inesquecíveis e a amizade era a única solução para o mundo. Por mais estúpido que pareça este caracol, para mim significa muito e segue-me em todos os treinos e provas.
3 comentários:
Só uma perguntinha.
Comeste o recheio ou já vinha vazio? :)
Já vinha vazio e com etiqueta!
Dentro desse caracol cabem duas vidas inteiras...
Já passou assim tanto tempo desde os júniores?
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