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quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Acerca da Greve

Há 2 meses estive em Madrid, no dia da "Huelga General". A adesão foi massiva: lojas, bancos, cafés, tudo estava fechado, com autocolantes colados em todo o lado, até nos ecrãs dos multibancos, que anunciavam a grande mobilização do povo contra as medidas de austeridade. Tomar um café foi um desafio, já que não havia cafés abertos e a escolha do tradicional íman para o frigorífico também foi limitada a uma loja. Curiosamente o Metro funcionava muito bem.

Enquanto explorava a cidade, cruzei-me com a manifestação várias vezes e a quantidade de pessoas que a formava pareceu-me muito pequeno, comparado com a quantidade de estabelecimentos que vi fechados. E é isso que vai acontecer hoje aqui em Portugal. Ontem entrevistaram uma senhora na paragem de autocarro:
- Vai trabalhar amanhã?
- Não.
- Então vai fazer greve!
- Não, só não vou trabalhar.

A mim apetecia-me fazer greve, revoltar-me contra todo o trabalho extra que tenho de fazer só para poder pagar os impostos, e ía de bom grado para as manifestações se achasse que isso faria alguma diferença. Mas não faz...

Hoje comentei assim o post de um amigo sobre a greve:
Pois eu dou-me por contente todos os dias por não ter a vida dos meus pais. Lembro-me bem das histórias que o meu pai contava de haver dias em que só jantava uma fatia de pão, quase transparente de tão fina, e que em dias de festa tinha direito a uma posta de bacalhau. Também me lembro da minha mãe me contar que começou a trabalhar com 16 anos, enquanto que a minha maior preocupação aos 16 anos era se os meus pais me íam deixar ia à festa de anos da não-sei-quantas.
A crise afecta-me, todos os dias, e cada vez mais. Faz-me contar trocos, fazer ginástica financeira para ultrapassar as despesas inesperadas, adiar projectos pessoais para pagar contas, há dias até em que me faz desesperar, mas ainda tenho uma casa, um carro, comida na mesa todos os dias para mim e para os meus.
O que me faz levantar e continuar é o meu sonho diário com dias melhores. E apesar de todo este meu queixume, os meus pais estão concerteza contentes por as minhas maiores dificuldades serem tão mais fáceis do que as deles foram.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ódios de segunda-feira

Odeio ter de explicar a mesma coisa de 30 formas diferentes, odeio quem não percebe que há coisas que não se fazem de um dia para o outro, odeio ser interrompida quando sei que tenho razão, odeio ser a pessoa mais capaz e escolherem outra, odeio contradizer pessoas mais velhas e odeio Novembro que depois de me trazer o empeno de uma jante acabadinha de comprar, 2 pneus, o arranjo da máquina fotográfica, o seguro do carro, o selo do carro, um tecto que caiu, a avaria da PT e um tapete roído pelos cães, ainda tem a lata de me pedir umas pastilhas de travão!

Pois sabes uma coisa Novembro? Bem vais ter de esperar por Dezembro!

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A resposta óbvia

Ele perguntou-me:
"Queres uma pulseira da Pandora ou um kit de porcas de segurança para as tuas jantes novas?"

Dia Internacional do Homem

Anos e anos a queixarem-se que só há um Dia Internacional da Mulher, eis que em 1999 foi instituído finalmente o Dia do Homem. E não é que é hoje?
E agora que o têm, homens, o que querem fazer dele?

Será dia de vos oferecer flores? Levar-vos a sair? Jantar fora? Ou a prenda perfeita será deixar-vos ir sair com os amigos, beber cerveja à vontade e ver futebol e programas de automóveis na TV até vos saltarem os olhos das órbitas?

Fico confusa com estas modernices, sou uma pessoa de tradições. Eu cá nunca fui a favor dessa coisa da igualdade, gosto muito que me levem a sair, paguem o jantar, me ofereçam flores e me abram a porta do carro. Parem de se queixar, gajas, não me venham dizer que não gostam!

Mas após descobrirmos que hoje seria Dia do Homem, durante uma publicidade do canal Discovery dedicada ao assunto, o Homem-Que-Não-Assina perguntou: "Estou para ver o que me vais ofecerer!"

Uma chave de fendas da Hugo Boss? Uma rebarbadora da Porche? Acho que há aqui um nicho de mercado a explorar...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Enquanto definho

Estou a escrever isto no meu telemóvel.

Estou a escrever no telemóvel porque o serviço Meo foi abaixo, não tenho net nem televisão em casa e a minha multimediodependência deixa-me neste triste estado de incapacidade física e mental e quando dou por mim estou deitada no sofá a definhar (raios mais ó telemóvel que não conhece a palavra definhar) porque não posso ir a correr escrever no blog todos os impropérios (o Omnia hoje farta-se de aprender palavras) que me apetece dizer sobre a Meo e a PT!

Tinha uma história tão linda para vos contar sobre uma boa acção de S. Martinho e só vou conseguir publicar amanhã!

Resta-me esperar que a PT repare a linha enquanto me dedico ao simples e analógico prazer de ler um livro...

Isto sou eu a definhar.

Teste de Alcoolemia

Quantas patas vês?

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Novembro não gosta de mim

Novembro é um mês ingrato e injusto, que na pressa de se antecipar a Dezembro, que recebe todas as atenções, por ser Natal, fim de ano e tudo o mais, estraga-me sempre a vida toda.

Novembro não entende que passei quase um ano inteiro a trabalhar para ser feliz nele e por mero capricho e ciúmes de outros meses mais quentes, me arruina sempre financeiramente e moralmente.

Ainda por cima tem sempre um trunfo na manga, o raio do seguro do carro está sempre fixo neste mês, mas o problema é que Novembro não se contenta só com esta renda anual, quer mais, quer tudo, e este ano cometi o fatal erro de comprar carro fabricado no mesmo mês, o que significa que o selo, e para o ano que vem a inspecção, vão engordar a já bonita quantia.

Mas Novembro é cruel, é ruim e pestilento, e esfrega as mãos de contente enquanto congemina planos para enterrar ainda mais fundo as minhas finanças. Todos os anos consegue encontrar despesas inesperadas, daquelas que não dão jeito nenhum depois do mês de pagar o IRS e antes do mês do subsídio de Natal...

Avarias, azares e atrasos já preenchem uma lista e ainda hoje é dia 8...

Não gosto de Novembro e ele não gosta de mim. Podem riscá-lo do calendário, arrancar a página e guardar apenas a foto da modelo em bikini que segura o pneu da Michelin! Aliás, no calendário, o mês de Novembro devia ser representado por uma velha gorda, desdentada, com varizes, verrugas e joanetes, a segurar, não um pneu nem uma ferramenta de oficina com ar lascivo, mas sim uma máquina de clisteres!

Sensibilidade


Um visitante entra em minha casa, o Lucas espera-o sentado no tapete da sala.

- Então Lucas, ainda és vivo?

Depois vira-se para mim: "Este gato dura que se farta!"

E eu respondo com um tímido "É..."


Fica a mensagem, para quem tem a mania de desbloquear conversas comigo com um "Então o Lucas, ainda é vivo?". Já pensaram no dia em que a resposta for não? Arranjem outro desbloqueador ou então uma pá para irem cavando o buraco em que vos vai apetecer meter nessa altura.

E sim, está vivo e de boa saúde, obrigado. Mas prefiro que me perguntem como ele está. Parece menos mal...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

É para embrulhar, se faz favor

Para quem ainda diz que os BM's não ficam bem em vermelho...

...eh pá, vão-se encher de pulgas!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

O meu primeiro coelho

Vai para 3 anos que me desenrasco sozinha na cozinha. E parece impossível que com este tempo todo ainda não tenha experimentado cozinhar um coelho.

A estreia deu-se com a oferta de um coelho caseiro, que guardei no congelador algumas semanas enquanto me preparava mentalmente para não estragar tal iguaria, criada de forma biológica.

Lá me atrevi a deixá-lo repousar numa marinada com tudo o que me lembrei que devia ter.


E no dia seguinte, lá foi o bicho para o refogado, levando a seguir com o arroz e este é o aspecto final.
Diz quem comeu que sim senhor, estava bom. Eu cá também achei, mas da próxima ainda meto um tomate no refogado...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Tenho uma Molly parideira

E não é que sábado dei por mais uns quantos molly's bebés escondidos entre as plantas?
Desta vez contei 12, por alto, porque decidi não os separar na maternidade, já que parecem dar-se tão bem escondidos nas plantas.

Nasceram sexta ou sábado, não sei bem, só sei que a mãe está uma verdadeira doida, a dar à luz à velocidade da mesma (grande chalaça esta!). Não tão doida quanto o pai que a continua a perseguir incessantemente pelo aquário fora. Tenho de começar a deixar a TV ligada quando saio...

Gostava de ter passado uns bons momentos a tentar captar uma foto digna desta mãe fervorosa, para vos mostrar a todos, mas estou sem a minha fiel máquina fotográfica e os telemóveis não lhe chegam aos pés nisto de tirar fotos a micro-bichos.

A minha querida DSC-H5 está neste momento nas mãos dos técnicos da Sony, para realizar uma biópsia e descobrir porque raio não me deixa usar o "Focus" e o "Steady-Shot", ambas propriedades necessárias para fotografar peixes, e tudo o resto...

Entretanto fico aqui a rezar aos santinhos para que seja só uma avaria menor que não me faça arrepender de ter pago o orçamento. As melhoras minha H5, a dona promete comprar-te uma lente polarizada se ficares boa.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010