Já no meu quarto, eu ouvia o vento que fazia bater as portadas da casa do vizinho e o barulho era tal que me deixava na dúvida se não seriam as da minha própria casa. Em poucos minutos comecei a ouvir agitação lá em baixo, na sala. Fiquei atenta, os barulhos continuavam, abri a porta do quarto.
De imediato, no escuro das escadas, apareceu o Ciro a correr como uma flecha pelas escadas acima, miando aflitivamente. Nem me deu tempo de me baixar, trepou-me pelo pijama e veio enfiar o focinho no meu pescoço, ficando ali aninhado, a respirar pesadamente contra mim.
Embalei-o, sosseguei-o com voz calma, dizendo-lhe que estava tudo bem.
Entretanto o Lucas e a Niki já tinham subido as escadas também e observavam a cena sentados no escuro.
A respiração dele começou a suavizar, pousei-o no chão, fiz-lhe mais umas festas e fechei a porta. O temporal lá fora continuava, mas dentro de casa estava tudo calmo, já estava tudo bem.
É por estas situações que muitas vezes digo que o Ciro na verdade não é um gato. Tem muitas reacções que normalmente se atribuem aos cães. Como se comporta, como interage com as pessoas, como é dependente de mimos e atenção...quando distribuíram o espírito independente aos gatos, o Ciro estava na fila da amizade incondicional!
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