É fatal como o destino, quando tenho um bocadinho de tempo dedicado ao descanso, acontece sempre uma qualquer desgraça que requer a minha presença. E hoje foi o quê? Começou a chover num gabinete de um manda-chuva (o que até faz sentido dito assim...)
Entrei em estado de urgência, eram 9h20 já lá estava, e como todas as sextas feiras, era um dia com milhentos problemas e complicações para resolver.
Apesar de estar a raciocinar mais lentamente e ter muito, mas mesmo muito sono, que isto das noitadas já não é assim tão fácil (os 30 não perdoam), curiosamente é nestes dias que gosto mais do meu trabalho, quando sinto que a minha presença é importante, quando sinto que resolvi um problema com sucesso, quando consigo ultrapassar as dificuldades extra naqueles dias em que o trabalho rotineiro só por si já é muito.
Em contraste, durante a viagem desta manhã, ensonada, entaramelada e outras coisas acabadas em "ada", deparei-me com um dos pormenores da vida no campo que me faz sentir pena dos "meninos da cidade", cujo único dilema é a IC19. Encontrei este simpático grupo no meio da estrada e uma senhora que claramente estava a substituir o marido na tarefa do pastoreio, dado o modo de pânico com que esbracejava, conseguindo apenas afugentar as ovelhas para todo o lado em vez de as juntar numa das bermas. Acreditem ou não, para mim, este é um dos pequenos prazeres de viver numa terreola, os imprevistos são muitos e vêm nas mais variadas formas. Para mim, ter de esperar que as ovelhas se decidam a desviar-se da via de rodagem, é um momento que dá cor à minha vida.
(já não as consegui apanhar no meio da estrada)
Tudo isto para partilhar convosco que, em dias como hoje, sinto-me uma pessoa estranha, porque vivo com emoção o stress de um trabalho exigente e ao mesmo tempo dão-me prazer as pequenas singularidades da vidinha simples e pacata do campo.
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