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A casa da Ivete |
Em 2011 plantei 2 maracujás. Um no terreno da minha mãe, outro no meu quintal.
Fazendo frente aos incrédulos, que argumentavam ser uma planta tropical a necessitar de calor, argumentámos que como todas as plantas, só precisava de amor e carinho, um bocadinho de música brasileira para o ambiente e o calor vinha por simpatia.
Por simpatia ou pela música, a verdade é que o maracujá da minha mãe reagiu às cantorias e às piadas com a Ivete Sangalo, dando logo no primeiro ano 5 maracujás! O meu, talvez por não ter tido direito a cantoria, deu muitas flores, mas frutos nada.
Este ano, o meu maracujá começou de novo a florir, mas as flores caíam todas. Pesquisas na net, perguntas a quem sabe, e começaram as dúvidas: talvez fosse uma espécie estéril, talvez faltassem bichos para fazer a polinização, cheguei a andar com um cotonete a polinizar as flores, mas nada, as flores continuavam a florir e a cair.
Numa destas sessões de polinização, o meu coração parou, quando ao mexer distraídamente numa flor vejo uma parte da flor a mexer. Ali, camuflada entre as pétalas, uma aranha da mesma cor.
O pânico, o horror, a minha mão que esteve tão perto. No fundo, a aracnofobia....
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Ivete na nova flor |
Passei a vigiar aquela flor diariamente, e como todas as outras, depois de atingir o auge num dia, fechou e começou a murchar no outro. A aranha mudou-se para a flor ao lado e eu passei a vigiar essa flor, ignorando por completo todo o resto da planta. Na minha cabeça dançavam ideias de como me livrar daquele bicho, já que não podia contar com a ajuda do Homem-Que-Não-Assina, que a achava "tão gira".
Hoje, na vistoria diária, lembrei-me de olhar para cima, o maracujá já atinge os 2m de altura, e lá em cima, onde estava a última flor do último ramo, uma bolinha verde! O primeiro maracujá!
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O primeiro maracujá |
Não sei se de alguma forma esta aranha está a ajudar na polinização, ou se é apenas uma hóspede que aproveita a cor semelhante. O facto é que trouxe sorte ao maracujá, e por esta razão a partir de hoje tolero a sua estadia e dei-lhe até um nome: Ivete.
Tal é o tamanho da Ivete que a foto teve de ser tirada em macro, e para isto a proximidade era demasiada para mim. Teve de ser o Homem-Que-Não-Assina a tirar a foto, e adivinhem quem vai apanhar o(s) maracujá(s)...