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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

É paixão

Anos e anos de tiro, mais precisamente 15, resmas de provas internacionais, mais exactamente nem sei, e ainda reajo como uma miúda novata.
A um mês de partir estou em pulgas, o tempo parece passar ao mesmo tempo muito devagar e muito depressa, dependendo do pormenor em que me concentro, quer seja técnico, físico ou pessoal. O aperto no estômago já se sente, aquele nervoso miudinho misto de alegria e de receio por ir de novo "lá fora".
Mas o mais flagrante é a forma como explico a alguém onde vou, fazer o quê, porquê. Nestes dias, se alguém cai no erro de me perguntar se vou de férias, é certinho que hei-de arranjar maneira de meter na conversa que não, não vou, mas vou a um sítio melhor e daí até descrever o desporto, os materiais, os tipos de prova e a sensação de estar "lá fora" é um instantinho. Isto resulta numa conversa muito injusta, metade das pessoas nem queria saber tanto e só perguntou por simpatia, acabando por levar com uma longa palestra sobre tiro.
Só mais tarde me apercebo do que fiz e da "seca" que devo ter dado, mas são estas situações que me fazem perceber que gosto mesmo disto, tanto que nem tenho mão em mim quando começo a falar do assunto.
Neste frenesim quem sabe não entusiasmo algum aspirante a arqueiro? Ou então não, porque quem me ouve é capaz de pensar que este desporto faz mal à cabeça...