Estou sempre disponível.
À sagrada hora de almoço, interrompem-me com trabalho: "Sim, diga!"
Nos preciosos 3 minutos que tirei para ir beber um café, mais trabalho: "Ok, vou já tratar disso!"
Depois de sair do emprego, a caminho ou já num dos raros treinos que consigo fazer, o telefone toca: "Não incomoda nada!"
Finalmente um fim de semana sem trabalho agendado, mas na sexta - feira surge um biscate para sábado: "Concerteza, lá estaremos!"
Já de fim de semana, a apreciar um pequeno momento junto ao mar após uma manhã de trabalho, mais um cliente em apuros: "Vamos já!"
E assim, como quem não quer a coisa, vão sendo roubados os bocadinhos de tempo que julgo ter garantidos para mim. É assim que aos poucos deixo de ter tempo livre, tempo para tratar do que é meu, enquanto trato do que é dos outros.
Chego a casa, desarrumada, maltratada, esquecida entre o trabalho, os biscates e os potenciais clientes, olho para tudo o que não tenho tempo de arrumar e limpar e penso: "Vale a pena toda esta disponibilidade?"
Sim, acredito que um dia vai compensar. Continuemos então, respirar fundo, uma mão trata da casa, a outra programa no computador, o ombro segura o telefone e a cabeça vai organizando o trabalho, enquanto um pé faz festas num gato.
Afinal trazemos este equipamento todo connosco, para alguma coisa é!
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