O cabr.. do pássaro - parte II

Ontem dei com mais um pássaro no sotão, mas desta vez, para me poupar na perseguição, decidi pedir a ajuda de profissionais.
Primeiro chamei o Ciro mas, apesar da juventude e leveza, confirma-se aquilo que estou farta de dizer, aquilo não é um gato, é um cão. Destreza de movimentos é mentira, e rapidez nem vê-la.
Ficava-se por seguir o pássaro calmamente, com o interesse de quem está apenas a observar para passar o tempo.
Apesar de o Homem-que-não-assina me dizer que não valia a pena chamar o Lucas, porque está velho e tal, decidi chamá-lo à mesma, só para ver do que o velhote era capaz. Bom...teve de ser içado até ao sotão porque tem medo das escadas...
E lá está, a idade é um posto e caçar pássaros é como andar de bicicleta, nunca se esquece! É verdade que está um pouco lento e pesadão, afinal são 14 anos, mas assim que avistou a criatura alada iniciou uma perseguição sem tréguas, com os olhos esbugalhados fixos na presa.
Chegou mesmo, por duas vezes, a conseguir quase pregar-lhe as unhas, mas o objectivo final estava alcançado. Após uns minutos de perseguição, em que o Ciro preferiu ficar a ver o cota em acção, o pássaro estava de rastos, já de bico aberto, quase de língua de fora.
Apanhá-lo a seguir foi num instantinho e o Lucas estava feliz, cansado mas novo por dentro. Gostava de ter filmado a cena, não tinha o telefone à mão, mas sosseguem os espectadores mais ansiosos, porque não tardará a haver outra oportunidade, dado que o meu sotão é tão apetecível para a passarada.