Novembro é um mês ingrato e injusto, que na pressa de se antecipar a Dezembro, que recebe todas as atenções, por ser Natal, fim de ano e tudo o mais, estraga-me sempre a vida toda.
Novembro não entende que passei quase um ano inteiro a trabalhar para ser feliz nele e por mero capricho e ciúmes de outros meses mais quentes, me arruina sempre financeiramente e moralmente.
Ainda por cima tem sempre um trunfo na manga, o raio do seguro do carro está sempre fixo neste mês, mas o problema é que Novembro não se contenta só com esta renda anual, quer mais, quer tudo, e este ano cometi o fatal erro de comprar carro fabricado no mesmo mês, o que significa que o selo, e para o ano que vem a inspecção, vão engordar a já bonita quantia.
Mas Novembro é cruel, é ruim e pestilento, e esfrega as mãos de contente enquanto congemina planos para enterrar ainda mais fundo as minhas finanças. Todos os anos consegue encontrar despesas inesperadas, daquelas que não dão jeito nenhum depois do mês de pagar o IRS e antes do mês do subsídio de Natal...
Avarias, azares e atrasos já preenchem uma lista e ainda hoje é dia 8...
Não gosto de Novembro e ele não gosta de mim. Podem riscá-lo do calendário, arrancar a página e guardar apenas a foto da modelo em bikini que segura o pneu da Michelin! Aliás, no calendário, o mês de Novembro devia ser representado por uma velha gorda, desdentada, com varizes, verrugas e joanetes, a segurar, não um pneu nem uma ferramenta de oficina com ar lascivo, mas sim uma máquina de clisteres!
1 comentário:
Hello, I'am here, remember?
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