São dias em que não nos sentimos nós próprios, em que qualquer que seja a situação, nos sentimos fracos, feios, tristes. Não tenho explicação para estes dias, simplesmente acontecem, e tanto podem passar despercebidos se tivermos a sorte de não interagir com ninguém, como podem passar de dias só parvos a dias muito muito estúpidos, tão estúpidos que o melhor é esquecê-los, se tivermos o azar de nos cruzarmos com a mínima chatice.
Não faz mal ter dias parvos, em algum dia terá de sair a parvoíce acumulada de todos os outros dias, o stress da falta de férias, os nervos de não ter dito tudo a quem merece. Não faz mal, porque temos milhentos outros dias felizes, para compensar. E sem estes dias parvos, os dias bons não teriam sabor nenhum.
Não faz mal ter dias parvos, o que faz mal é passar essa parvoíce a outros, a quem não tem culpa, a quem por acaso ía a passar e levou com um estilhaço da nossa depressão. Acontece, e só posso agradecer a quem me atura nessas alturas e tem a calma e a paciência de me segurar firme. Não há desculpas possíveis, mas há dias, muitos dias pela frente, para fazer esquecer a parvoíce.
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