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terça-feira, 10 de agosto de 2010

Os dias parvos

Há dias parvos, sem sentido, sem maneira nenhuma de serem remendados.
São dias em que não nos sentimos nós próprios, em que qualquer que seja a situação, nos sentimos fracos, feios, tristes. Não tenho explicação para estes dias, simplesmente acontecem, e tanto podem passar despercebidos se tivermos a sorte de não interagir com ninguém, como podem passar de dias só parvos a dias muito muito estúpidos, tão estúpidos que o melhor é esquecê-los, se tivermos o azar de nos cruzarmos com a mínima chatice.

Não faz mal ter dias parvos, em algum dia terá de sair a parvoíce acumulada de todos os outros dias, o stress da falta de férias, os nervos de não ter dito tudo a quem merece. Não faz mal, porque temos milhentos outros dias felizes, para compensar. E sem estes dias parvos, os dias bons não teriam sabor nenhum.

Não faz mal ter dias parvos, o que faz mal é passar essa parvoíce a outros, a quem não tem culpa, a quem por acaso ía a passar e levou com um estilhaço da nossa depressão. Acontece, e só posso agradecer a quem me atura nessas alturas e tem a calma e a paciência de me segurar firme. Não há desculpas possíveis, mas há dias, muitos dias pela frente, para fazer esquecer a parvoíce.

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