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terça-feira, 18 de novembro de 2008

Promessas e linhas

Quando eu era pequena jurei a mim mesma nunca crescer. Nunca crescer no sentido de nunca ficar igual aos adultos que via, sempre a prometerem coisas que nunca fariam, a sorrir a pessoas que detestavam ou a ajudar pessoas que não mereciam.

Mais de vinte anos depois, compreendo que os adultos fazem muito mais sacrifícios e mentem muito mais do que eu pensava, sendo ainda mais importante que eu mantenha firme a minha promessa.

Mas dou por mim em situações dúbias, supostos "amigos" fazem algo por mim, e a certa altura chega a minha vez de fazer algo por eles, e apesar de acreditar com o todo o meu ser que não o merecem, faço-o por lealdade e agradecimento.

Como se não bastasse a minha consciência ficar a remoer nisso, vem depois quem me conhece perguntar: "Mas porque fizeste tu favores a esses gajos?" e lá tenho eu de fazer de adulto e responder: "Porque já me apoiaram a mim e no futuro vou precisar deles!"

As rugas e cabelos brancos que ganhamos com a idade são na verdade as linhas que vamos eliminando ao longo do caminho...a linha entre os bons e os maus, a linha entre as boas acções e as acções com interesse, a linha entre o certo e o errado, a linha entre o branco e o preto...até ao ponto em que tudo é cinzento, mais ou menos, assim assim, depende...
A solução para a juventude eterna é de facto agir como uma criança, castigar os maus e os bons são felizes para sempre. Vou continuar a acreditar que consigo!

2 comentários:

Afonso Loureiro disse...

Pera lá, já tenho três cabelos brancos! Queres ver que estou a ficar adulto?

Anónimo disse...

Era tão bom o reino do nunca!
E o Peter Pan?
Quem me dera não ter crescido!