Mais uma manhã igual às outras, acordei, vesti-me, desci as escadas, olhei pela janela e voltei a subir as escadas a correr. Foi com esta frase que acordei hoje o Homem-Que-Não-Assina: "A fábrica está a arder! A Sicasal está a arder!"
Ficámos os dois na varanda, a olhar para o fumo, o HQNA a questionar qual a causa, eu a tirar fotos, o HQNA a contar os movimentos de carros e pessoas junto da fábrica, eu a calcular a altura das labaredas, o HQNA a acalmar-me que o terreno está molhado, tão cedo não chega aqui, eu a recordar o plano de fuga, cães na mala do carro, gatos nos transportadores, e de repente lembrei-me: "E os porcos? Como estarão os porcos na fábrica? Têm de os soltar!"
Depois de ver chegar bombeiros ao local, saí para o trabalho, mas pedi ao HQNA para não sair de casa sem ver a situação controlada. Pelo caminho consegui ver a parte da frente da fábrica, já destruída. A dimensão da catástrofe é enorme.
Mais tarde, tive confirmação pelas notícias que o incêndio está dominado e que os porquinhos estão bem.
Fico agora a pensar na vida das pessoas daquela vila e das outras à volta. Sem dúvida que a fábrica é o centro da actividade desta zona, e este incêndio terá consequências na vida de todos, mesmo os que não trabalhavam directamente na fábrica.
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