Está certo que o Natal é quando um homem quiser, e que não devia haver dias específicos para celebrar coisas importantes, mas a verdade é que se não houverem esses dias, passam-se os meses e os anos e no meio das tarefas e do trabalho, vão-se os momentos sem serem apreciados.
Hoje é dia de S. Valentim, dia de olhar para o amor. Longe de mim tentar definir tal coisa, acho que todos passamos a vida a aprender o que é, mas tenho tido bons exemplos.
Na festa de Natal dos meus filhos, baixei o telefone, parei a gravação de vídeo e fiquei a olhar para um grupo de crianças de 5 anos totalmente desafinadas e dessincronizadas a cantar e a fazer uma coreografia. E tinha lágrimas nos olhos, o peito apertado, sentia as bochechas a perder a cor. Ridículo não é? É amor!
No último treino de futsal do meu filho F., fiquei mega fã, muito atenta, a apreciar cada movimento, ao ver que ele já conseguia muito a custo e muito devagar fazer o zig zag com a bola entre os cones, sem a ir buscar ao fundo do pavilhão em cada cone como no treino anterior. Que craque, que talento, que rapidez na evolução. Não tem lógica, pois não? É amor!
Uma amiga que está sozinha há muitos anos disse-me recentemente que encontrou finalmente alguém e conforme me ia contando como tudo se encaixa, a alegria dela contagiava-me e fiquei tão feliz que quase senti que me estava a acontecer a mim. Não faz sentido, pois não? É amor!
Nenhum dos meus filhos recebe ou tira um doce sem tirar outro para o irmão. Altruísta, não é? É amor!
Neste ano que passou, entre as atribulações da vida pessoal, profissional e desportiva, fui injusta e cheguei a ser má para muitas pessoas à minha volta, principalmente as mais próximas, em tentativas falhadas de me defender/salvar/sobreviver. Nenhuma delas me abandonou. Sofrimento gratuito, não é? É amor! :)
Feliz São Valentim, que pelo menos hoje consigam ver o amor que vos rodeia todos os dias.